quinta-feira, 3 de julho de 2014

Lixão Chapada dos Guimarães-MT

Projeto de Aterro Sanitário de Chapada dos Guimarães-MT, a exatamente um mês do prazo para entrega, não sai dos papéis e alega falta de recursos.
Por Felipe Assumpção e Larissa Neves.
Cuiabá-MT.

Lixão – Chapada dos Guimarães-MT (Foto Panorâmica).
Em 2 de agosto de 2010, o Governo Federal promulgou a Política Nacional de Resíduos Sólidos, (A lei federal brasileira nº 12.305), que determina que até final de Agosto de 2014 todos os municípios brasileiros deveriam ter aterros sanitários regulares.
Com o objetivo de acabar com os lixões no país, a lei preconiza pela proteção da saúde pública e da qualidade ambiental, e tem como objetivos a não geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos sólidos, bem como disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos. Entretanto, segundo estimativa da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), a um mês do prazo, a meta não está nem próxima de ser cumprida. A CNM, inclusive, já pediu ao governo a prorrogação do prazo do Plano Nacional. Um estudo feito pela Associação Brasileira de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) mostra que 40% de todo o lixo produzido no Brasil têm destino inadequado, e na cidade de Chapada dos Guimarães-MT não é diferente, uma vez que o lixão da cidade não possui tratamento ambiental, a decomposição dos resíduos sólidos contaminam o solo e, consequentemente, lençóis subterrâneos de água.
Fundada em 1954, Chapada dos Guimarães é uma cidade de 18.000 habitantes, com sua economia essencialmente voltada para o turismo, tendo a natureza como seu principal trunfo. A cidade tem vários atrativos turísticos: 46 sítios arqueológicos; dois sítios paleontológicos; 59 nascentes; 487 cachoeiras; 3.300 km² de Parque Nacional; 2.518 km² de Área de Proteção Ambiental; duas reservas estaduais; dois parques municipais; duas estradas-parque; 157 km de paredões; 42 imóveis tombados pelo Iphan; 38 espécies endêmicas. Além disso, o artesanato local é uma das referências na cidade, com vários artesãos locais que chegaram ou nasceram na cidade e, que ali, foram crescendo e vivendo do artesanato, que é exposto em praça pública de terça-feira a domingo para os habitantes e turistas. Existe um projeto de uma “Rua do Artesanato”, que visa criar um local específico para os artesãos, mas nada projetado ainda. Além de todas estas opções, o município conta com o turismo nos dias mais frios do ano, quando a temperatura pode diferir-se até -2°C para menos, da próxima capital Cuiabá.
Cachoeira Véu de Noiva – Chapada dos Guimarães-MT.
Abaixo estão listadas as principais preocupações do lixão no município:
Doenças: o lixo que vai para lixões a céu aberto ou terrenos baldios produz bactérias e fungos. Também atrai baratas, ratos, moscas, mosquitos, entre outros. Esses animais podem transmitir doenças sérias, como dengue, febre tifoide, cólera, disenteria, peste bubônica e leishmaniose.
Chorume: é um líquido malcheiroso que o lixo acumulado produz quando vai se decompondo, contém matéria orgânica apodrecida e tem substâncias químicas e metais muito tóxicos. O chorume contamina o solo e pode chegar aos lençóis freáticos. É também dez vezes mais poluente que o esgoto.
Poluição do ar: o lixo – queimado ou não, produz gases como o gás metano e o gás sulfídrico, esses gases poluem o ar e podem causar doenças respiratórias. O lixo queimado produz gás carbônico.



As irregularidades colocam em risco a saúde da população e dos turistas. São imensas as montanhas de sacos plásticos, restos de comida, móveis e lixo em geral acumulado no local. E, de acordo com a coordenadora de gestão de resíduos sólidos da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (SEMA), Solange Cruz, um dos maiores perigos do lixão de Chapada é pelo fato de estar próximo ao Parque Nacional, o que aumenta os prejuízos ambientais do local.
A Cidade de Chapada dos Guimarães conta atualmente com 20 cooperados, sendo que três deles moram no lixão. Os trabalhadores enfrentam diversos problemas como dificuldades de locomoção e condições sofríveis de trabalho. Como o local não possui estrutura física, o trabalho é feito a céu aberto, o que gera doenças como problemas na coluna, lesão por esforço repetitivo, alergia, entre outros. (Nenhum catador foi encontrado para entrevistas). Com essas consequências e com o município desprovido do aterro, o Prefeito que não conseguiu se adaptar a Lei Federal teme entrar na mira do Ministério Público a partir de agosto, ele pode ser processado por Crime Ambiental.
Tem-se conhecimento que a SEMA, através de estudos ambientais realizou um projeto que foi entregue ao órgão responsável para a execução do aterro sanitário no município, a prefeitura já obteve a licença, porém até hoje a obra não foi iniciada. Tentamos uma entrevista com o Prefeito de Chapada dos Guimarães, Sr. José de Souza Neves, mas não foi possível devido a seu afastamento. Conseguimos o contato com o mesmo através de redes sociais e o pedimos que nos esclarecesse os motivos pelos quais a obra não foi executada, e ele nos respondeu prontamente: “Tenho consciência do problema da falta de tratamento de lixo na cidade. Há um projeto aprovado pelo governo de Mato Grosso para que o aterro seja implantado. Porém, o município depende de recursos estaduais para conseguir executá-lo, pois não há receita suficiente para que a Prefeitura pague pela implantação do local.” José de Souza Neves, Prefeito da cidade de Chapada dos Guimarães-MT.
Para agravar a situação do local, próximo ao lixão de Chapada dos Guimarães havia uma propriedade particular pertencente ao Governo, invadida por grileiros. Para que essa invasão acontecesse, os grileiros cometeram crimes ambientais como derrubada de árvores e ocupação em local indevido, sendo essa uma área de reserva ambiental. Após o reconhecimento da invasão e com mandatos de derrubada, as casas recém-construídas foram demolidas. Assim, além do abandono da área degradada, restaram-se muitos resíduos.


Lixão – Chapada dos Guimarães-MT (Foto Aproximada).

(Pauta da Redação)
Por Felipe Assumpção.
Cuiabá-MT.
Campanha para a preservação do Meio Ambiente
A problemáticaPreservar o Meio Ambiente” em Chapada dos Guimarães deveria ser um ponto primordial nas discussões e decisões entre a Prefeitura e o Governo do Estado, tendo em vista a necessidade eminente de preservação da natureza, já que é a principal fonte de renda da cidade, e que o estado se favorece da mesma ao receber uma visibilidade muito grande resultante da procura dos turistas por belezas naturais, os problemas ambientais da cidade deveriam ser sanados com urgência.
Não podemos aceitar que haja esse descaso com as nossas riquezas. O Mato Grosso precisa investir mais em suas cidades turísticas, para que elas possam oferecer uma melhor infraestrutura e conforto aos turistas, com o objetivo de fomentar esse mercado, e virar definitivamente rota turística pro mundo.
Há nesse momento, uma necessidade imediata de consciência da sociedade (incluso os que nos representam), para que ela possa reivindicar o que lhe é de direito quando preciso, e para que ela faça a parte dela, com suas ações diárias, quanto ao local de descarte do lixo, reciclagem, etc.
Faça a sua parte, dê sua contribuição diária para a preservação do meio ambiente, e sempre que possível, reivindique que o estado contribua com isso. A sua indignação, pode transformar a acomodação de todos em mudança!
Essa consciência pode nos proporcionar benefícios imensuráveis em breve!






Alunos: Felipe Assumpção, Jéssica Sandrielem, Jucylaine Oliveira, Larissa Neves e Luana Cristina - Acadêmicos 1º Semestre de Engenharia Ambiental 2014 - UNIC.

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